Esquerda ou direita, volver?

Os protestos de 2013 desordenaram o Estado tempo suficiente para transmitir o desconforto brasileiro a seus responsáveis. A popularidade do governo caiu e o desespero ficou evidente. A esperança da direita subiu, mas não ganhou as ruas. E, para selar a insatisfação, há até quem fale em intervenção militar. O desconcerto sinalizou aos poderosos que para continuarem a nos saquear precisariam se rearticular.

O PT apelou a propagandas sofisticadas de seus programas e a uma frequência frenética de pronunciamentos presidenciais. A oposição, além de algum espaço na mídia, recorre às redes sociais para sugerir, entre outras coisas, que o governo dará um golpe comunista. Argumento oportuno para um grupo de oito pessoas que organiza uma marcha em favor de uma intervenção militar. Enfim, nada é tão ruim que não possa piorar.

Há quem garanta que o anúncio do golpe é já um artifício da direita para se reinstalar no poder, mesmo que para isso precise dividi-lo com os militares. Os que defendem essa tese talvez se pautem na ocorrência de que apesar do prejuízo político amargado pelo governo – e por toda classe política – Dilma Rousseff lidera a última pesquisa, realizada pelo Instituto MDA (publicada no site G1 no dia 18 de fevereiro deste ano) com pouco mais de 43% das intenções de voto.

Para mudar esse panorama, a oposição precisaria de um milagre maior que toda plataforma assistencial do governo, onde se alinham as fileiras dos currais petistas. Uma multidão satisfeita e adoçada pela “poção mágica” da gratidão. Resta à oposição apoiar-se nos eventos corruptivos da situação, apostando na amnésia popular de seus próprios escândalos.

Contudo, as manifestações de 2013 avivam o fato de que já não existe no imaginário brasileiro a possibilidade de um comando honesto. Mesmo quem defende o PT, o faz admitindo sua história criminosa. Estão convencidos que dentro dos limites “normais” da corrupção, “nunca na história desse país”, se fez tanto pelos pobres.

Por Carlos Eduardo Kadu

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